Morada: Rua Garrett, nº 61

Telefones: 21 342 24 26 / 96 238 19 04

Site: www.pequenojardim.com

E-mail: info@pequenojardim.com

Fundador: Carlos A. dos Santos

Proprietário: Elisabete Monteiro

Artigos: Florista instalada num vão de escada de edifício de 1867. Flores naturais, plantas em vaso, flores de corte, arranjos florais naturais, artificiais e exóticas. Serviços de centros de mesa para eventos. Bouquets e ramos de noiva. Entregas em todo o mundo.

Decoração:  Montra de ferro com motivos Arte Nova, com placa em vidro pintado na fachada, com letreiro alusivo ao fundador. Parede lateral (pertença do próprio edifício) revestida a azulejos até meia altura

História: Da história antiga diz-se que o espaço terá sido fundado por um francês, que o terá baptizado de “petit jardin”, no final do século XIX. Facto, facto é que o primeiro registo de contrato de arrendamento da loja, na CML, refere Carlos A. dos Santos como primeiro arrendatário, em 1922. Da história recente sabe-se que um dos seus últimos proprietários foi Virgílio Madeira Gante, que começou a trabalhar na loja para Carlos A. dos Santos e por lá ficou mais de 70 anos, passando a ser o seu dono a partir de 1950. Conhecido por “Virgílio das Flores”, esteve também ligado ao cinema Chiado Terrasse e era uma figura conhecida na Rua Garrett pela forma afável como atendia os fregueses e pelas anedotas que contava. Contudo, foi graças principalmente à sua clientela de artistas, que trabalhavam nos teatros próximos, e das pessoas que viviam no prédio e ali tinham os seus consultórios e escritórios que o “Pequeno Jardim” se tomou uma casa famosa na Rua Garrett.

Elisabete Monteiro, a proprietária actual, que chegara a fazer alguns trabalhos para o Sr. Virgílio Madeira Gante, acabou por ficar proprietária do Pequeno Jardim quando aquele ficou doente, sendo hoje sócia-gerente.

Protecção: Está inserida na Lisboa Pombalina classificada Conjunto de Interesse Público (2012) e consta das lojas classificadas pelo Programa Lojas com História (2017)

Curiosidades: Da clientela de artistas e personalidades do Pequeno Jardim ao longo de cerca de 150 anos, realce para os conhecidos actores Vasco Santana (que uma vez terá dito a Virgílio Madeira: “Ó  Virgílio, você tem um pequeno jardim, mas as suas flores nunca acabam.”, Carlos José Teixeira (que precisava todos os dias dum cravo e pagava ao mês – quando já  só havia um cravo, Virgílio dizia: “Esse  não posso vender.” Era o cravo destinado ao actor-fadista, até que depois do 25 de Abril de 1974, Carlos José Teixeira deixou de usar cravo na lapela e só passava pela loja para cumprimentar o amigo Virgílio Madeira), Artur Semedo (que usava sempre cravos brancos na lapela e a partir do 25 de Abril de 1974, substitui-os por vermelhos) e a inesquecível Beatriz Costa, não esquecendo nomes sonantes do espectáculo a nível internacional, como Josephine Baker…

Também Lucien Donnat, o famoso cenógrafo, figurinista e decorador (por sinal decorador do vizinho cabeleireiro António e Odete, da Rua Garrett, nº 47, ou da outrora famosa Pelaria Pampas, na Rua da Conceição, por exemplo), que colaborou durante mais de 30 anos com o Teatro Nacional D. Maria 11, era cliente fiel do “Pequeno Jardim”. Tinha sempre de ter um cravo branco fresco na lapela e o dono da loja fazia sempre questão em ter o melhor cravo para ele.

Contudo, o Pequeno Jardim também deve a sua fama à não menos notória frequência do prédio onde se insere, pois nele viveram e trabalharam nomes como o famoso professor Francisco Pulido Valente (1884-1963), que costumava organizar tertúlias no seu consultório (descia a escada, sempre com um séquito de médicos atrás, vindo ele à frente de chapéu alto e charuto e à porta, tinha sempre dois automóveis à sua espera) ou o também médico António Damas Mora (1879-1949), que tinha o seu consultório no 2º andar, bem como Filipe de Sousa, dono dos tecidos Sousa, da Rua Garrett, pianista e compositor, que no seu escritório por cima da florista constituiu uma tertúlia que reunia, em cada dia, consoante as “afinidades electivas “,  e  o  encenador  João Lourenço, fundador do Novo Grupo do Teatro Aberto e sua mulher Vera San Payo de Lemos

Horário de funcionamento: Aberta de 2ª Feira a 6ª Feira das 9h às 20h, Sábados das 10h às 20h e Domingos, das 10h às 18h.