Morada: Rua do Carmo, 87-A
Telefone: 21 342 02 95
Site: http://www.luvariaulisses.com
E-mail: info@luvariaulisses.com
Fundador: Joaquim Rodrigues Simões, vereador da CML entre 1919-1923, com projecto do Arq. Leonel Gaia (1911-1913).
Proprietário actual: Carlos Carvalho, ex-empregado.
Artigos: Manufactura, venda e restauro de luvas, design próprio entre o clássico e o sportswear, mantendo todos os processos de fabrico inalterados, sendo a componente artesanal predominante e as pelarias de primeira qualidade. A manufactura situa-se na Rua dos Correeiros.
Decoração: decoração inalterada desde a sua fundação, com fachada e interior de revivalismo neo-clássico, com pilastras na fachada e grinaldas e cornijas no interior, e mobiliário de inspiração estilo Império (entalhador: Carlos de Alcântara Knozz). O interior é constituído, no piso térreo, por um compartimento de planta irregular, exíguo, destinado às vendas. Os paramentos são revestidos por 4 módulos de diferentes dimensões: um é constituído por vidro espelhado com emolduramento de madeira, e “lambril” também de madeira; outros 2 encontram-se encastrados na parede a ladear a saída da loja, de igual desenho mas com prateleiras; no 4º módulo encontra-se um quadro representando uma figura feminina dos anos 20, evocativa da época em que surgiu a luvaria. Todos os módulos são rematados por uma cornija e encimados por um laço e estuque dourado. Por detrás do balcão em madeira com as faces em vidro, surge um expositor também em vidro com igual emolduramento. No paramento do fundo encontra-se uma porta de 2 folhas (que dá acesso à instalação sanitária), em madeira e vidro espelhado de fundo vermelho, o qual está decorado com motivos vegetais, e um vão coberto por um reposteiro (que dá acesso à zona de armazém pela qual se tem acesso à sobre-loja por umas escadas, onde se situa o escritório). A encimar este paramento encontra-se a designação do estabelecimento, também num vidro espelhado, com um elemento decorativo escultórico em dourado representando uma mão feminina com luva. O pavimento é de mármore de duas cores, rosa e branco.
Protecção: Consta do Inventário Municipal (nº 27.10C) anexo ao PDM e está inserida na Lisboa Pombalina classificada Conjunto de Interesse Público (2012) e na lista das lojas classificadas pelo Programa Lojas com História (2017)
Curiosidades: A fachada da Muralha do Carmo foi considerada inestética quando veio a Lisboa o Rei Eduardo VII, sendo necessário disfarça-la com panos cenográficos; 1917 – o comerciante Joaquim R. Simões requer autorização para construir estabelecimentos na parte ainda desaproveitada da Muralha; 1920 – é submetido à Câmara um projecto onde se pretende construir na parte livre, 3 estabelecimentos com 5,10 X 5m, compostos de loja e sobreloja; o Ministério das Obras Públicas aprova o projecto do engenheiro Artur Cohen, para na então parte cega da muralha se abrirem estabelecimentos, visto reconhecer-se que a iniciativa não punha em perigo a muralha; 1924 – as obras duraram 4 anos, pelas dificuldades na perfuração; verificou-se que além da Muralha, que é dentada pelo lado interior, agarrando-se assim à estrutura dos terrenos; a base do Convento do Carmo, é de argila muito firme; o engenheiro Domingos Mesquita dirigiu a construção no que respeita a cimento armado, sendo toda a obra finalizada por parte do Estado, pelo engenheiro Valério Vilaça; ainda neste ano instala-se na Muralha a sapataria Atlas (n.º 87-D), a Companhia Wagons Lits (n.º 87 C); Raúl Pereira funda a Joalharia do Carmo (n.º 87-B) e a Joaquim R. Simões é dada a concessão da loja com o nº 87-A pelo prazo de 25 anos, cabendo à Fazenda Pública 20 % das rendas das lojas da Muralha; 1925 – abertura do estabelecimento designado por Luvaria Ulisses, sendo proprietário Joaquim Rodrigues Simões, até então o espaço servia de mero acesso ao 1º piso onde se situava um escritório (in IHRU, Ex-DGEMN)
Horário de funcionamento: Aberta de 2ª Feira a Sábado, das 10h às 19h.